O que te escraviza? Refletindo o livro de Filemon

Quando Deus criou todas as coisas a terra era parada e vazia. As coisas precisaram ser preenchidas. Para o homem ter vida Deus soprou nas narinas do homem o seu espírito, e o homem passou a ter vida. Quando nascemos, crescemos, passamos pelo período da adolescência e período adulto precisamos sempre ter um referencial, um modelo a ser seguido. As pessoas sempre buscam em sua vida uma referência de herói. Por o ser humano ser carente, a bíblia fala que somos escravos de nossa própria vaidade. Somos carentes de afetos, carentes de atenção, carentes de reconhecimento. Esta é uma particularidade de todo ser humano. Por isso, tendemos a formar heróis na nossa cabeça. Antes de meditarmos na palavra de hoje quero que vocês pensem sobre quem são os heróis de vocês. Em quem espelhamos nossa vida? Quem é o modelo que seguimos?

O tema do nosso estudo é liberdade e escravidão. No livro de Filemon a história conta de um escravo que fugiu, foi preso, encontrou Paulo na prisão e foi evangelizado. O patrão dele se chamava Filemon. Paulo na prisão ensinou a palavra de Deus para Onésimo (o escravo), que se converteu à Jesus e ficou livre. Onésimo ficou livre do que eram seus conceitos, sua prisão. Fazemos um paralelo não só da escravidão física mas de todos nós como seres humanos. Em Romanos diz que todos nós somos escravos de nossa própria vaidade.
Quando Onésimo vai sair da prisão Paulo fala que ele vai voltar para Filemon, o patrão. Paulo diz ainda que escreveria uma carta para que o patrão o libertasse, o tornasse livre, e que se ele tivesse alguma dívida com Filemon ele mesmo (Paulo ) iria pagar.

Antes de conhecermos a palavra que nos transforma e que faz diferença em nossas vidas, todos nós somos escravos de nós mesmos: de nossa própria vaidade, de nosso próprio desejo. Só há uma maneira de sermos livres: quando conhecemos a história de Deus.
Porque Filemon foi liberto ele voltou para cumprir uma obra.
Qual foi a verdadeira escravidão de Filemon? O que o escravizava? A posse, os bens, o bem material, o ressentimento. Quantas vezes ficamos escravos de nossos próprios ressentimentos, de quem nos magoa? A falta de perdão acaba nos escravizando, nos matamos, pois ficamos escravos desses sentimentos.
Qual a escravidão de Onésimo? Rebeldia, desobediência.

Mas Onésimo era um escravo, ele não poderia fugir? Onésimo poderia ter 1000 razões para fugir, mas elas não lhe davam o direito para fugir, mesmo que tivesse razões lícitas. Isso é o mesmo que a gente, com o ressentimento: Ninguém fica magoado sem direito. Mas se eu entendo que eu não tenho o direito de ficar ressentido eu não tenho essa atitude.

Joao 4 A mulher de Samaria

Esse texto narra a vida de uma mulher que não era escrava, mas estava sobre o jugo.
Era uma mulher que ia da cidade dela todos os dias buscar no poço água. Jesus estava fazendo essa trilha, ficou cansado e assentou-se perto do poço. Jesus pediu para essa mulher dar água pra ele e ela disse "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão bem com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (9-10). Ela fala que não teria como ele tirar essa água, e Jesus fala que não é da água do poço que está falando, mas é de vida.
Aquela mulher já tinha passado por cinco relacionamentos e era escrava dos seus próprios sentimentos, era uma mulher rejeitada. Jesus a apresentava agora uma condição de liberdade, Jesus apresentava que ele era o único que poderia dar a ela condição de vida, e essa sede que ela tinha de vida ela nunca encontraria se não fosse transformada por Deus.
A escravidão dessa mulher era a incredulidade, a carência.

Muitas vezes pensamos que a solução pra nossa vida está em achar a pessoa ideal. Sempre temos a expectativa de achar a nossa outra metade. A bíblia diz que o grande segredo da nossa vida não é encontrar alguém que dê certo, mas fazer dar certo com qualquer um. Quando casarem, vocês são a pessoa um do outro, e não tem como dar errado. Quem fundamenta nossa vida é a pessoa de Jesus Cristo. Não tem casamento mal sucedido, existem pessoas mal acertadas. Essa mulher não tinha um casamento mal sucedido, a escravidão dela era essa confusão, que ela tinha que achar um marido que desse certo pra ela. Jesus estava dizendo pra ela que ela poderia dar certo pra qualquer um, mas quando uma pessoa é mal resolvida ela não dá certo com ninguém. Temos a expectativa de acharmos alguém que vai dar certo, e o ser humano em si, natural, é não dar certo com ninguém, por que todos nós buscamos o que é nosso interesse, nosso desejo. Muitas vezes dizemos que amamos porque nosso cônjuge oferece o que eu quero. Mas amar não é isso. Deus amou o mundo de tal maneira que deu. Amar é você amar uma doida, e ainda, contudo, você não abrir mão dessa pessoa. Não amamos por que está dando tudo certo, amamos quando está dando tudo errado. Amar quando está dando tudo certo não é amar, é conveniência, é um contrato, que quando você começa a romper as cláusulas o contrato acaba. O verdadeiro amor suporta as tempestades.

Há alguma coisa que te escraviza hoje? O que têm te acorrentado, te aprisionado?

João 8:34 "Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado"
Aquele que comete pecado, que vive confuso é escravo do seu próprio pecado. Se você conhecer o filho, o filho o libertará. Na nossa vida é um péssimo sinal quando deixamos de nos inconformar conosco mesmo. Quando começamos a achar que é assim mesmo, que eu não mudo, não quero mudar, eu sou o que sou, é um péssimo sinal. Deveríamos ficar inconformados conosco todos os dias, pois só nossa inconformidade conosco faz com que lutemos para melhorar. Sempre seguimos um alvo que é Jesus Cristo, um modelo pra nós. O único que a bíblia fala que deveríamos seguir como modelo é Jesus, pois é um modelo que nos liberta, nos cura, nos transforma. Devemos fazer uma avaliação muito sincera da nossa vida.
Nosso esforço sempre vai ser em estar acertando, mas com certeza vamos errar. Não podemos perder a liberdade de que ainda contudo vamos errar. Por isso temos a referência de Deus, por que é quem sempre nos liberta dessa escravidão.

Hebreus 2:15 "e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida". Quando não temos Jesus estamos liquidados, estamos à mercê desse mundo, às coisas que ele nos impõe. O mundo ta ruim? Vai piorar, isso é bíblico. Todos nós estamos mortos nisso, mas com Jesus somos livres, pois Ele livra nossa vida.
13: "E outra vez: eu porei nele a minha confiança e ainda: eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu". Tem uma coisa que nos escraviza e que precisamos vencer: o medo. O medo que temos das coisas nos escraviza: o medo de perder o emprego, o medo de perder o filho, a casa, a esposa...as pessoas estão escravas do medo. A única forma do diabo nos dominar é através do medo. Por isso que a bíblia fala que o perfeito amor lança fora todo o medo. Por isso quem tem o perfeito amor não tem medo de nada. Quando o marido fala que vai largar a esposa isso é uma ameaça sobre o medo, Se entendêssemos que não temos medo, não teríamos medo de sermos chifrados, de quebrarmos. Seu eu quebrasse na minha firma eu ia entender que Deus é tão bom que eu ia quebrar e levantar de novo. A única forma de casarmos livres é destituídos de todo medo. Se eu tiver medo de perder meu cônjuge é por que eu nunca o tive. As relações são tão melindrosas por que são cheias de medo, de duvida, de insegurança. Por que as pessoas se separam umas das outras? Por quê as relações estão cheias de duvidas, de desconfianças, de receios. Se estivéssemos livres em uma relação, eu quero amar minha mulher ainda que ela seja uma mentirosa. O dia que tudo vier a tona você tem a opção de não ficar mais com ela.
Muitas vezes tomamos decisão na vida por medo. Aí tomamos decisões precipitadas, erradas, sem motivação. O medo é uma forma de escravidão.
Temos que conhecer a verdade, a palavra de Deus, para termos esclarecimento do que nos escraviza.

Palavra ministrada pelo Pastor Gilberto na célula de convivência do dia 29-06-2010