sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma vida transformada pela submissão (2Reis 5)


Essa é a história de um homem chamado Naamã, general do exército do rei da Síria extremamente poderoso que combatia o povo de Israel, porém era leproso. Esse general foi abençoado pelo próprio Deus para vencer a batalha contra Seu povo. Deus permite às vezes que a gente perca umas batalhas para aprender, para se quebrantar, para termos humildade. Se tem uma coisa que Deus não gosta é orgulho. Quando não queremos compartilhar alguma dificuldade nossa é por que no fundo não queremos nos expor para que as pessoas pensem que temos problema. Isso é ponta de orgulho. Estamos escravos desse orgulho, que é a vaidade. Foi Satanás que escravizou a raça humana. Todos nós somos vaidosos, e por isso nos tornamos arrogantes. O orgulho muitas vezes pode nos fazer sentir bem, mas isso é carência, é o cara que se esforça para provar para os outros que se deu bem. A motivação não é boa.
Quando Naamã saiu das terras de Israel levou consigo uma escrava que ficou a serviço de sua mulher. "Disse ela a sua senhora: tomara o meu senhor estivessse diante do profeta que está em Samaria, ele o restauraria de sua lepra" (2Reis 5.3). Naamã levou tal palavra ao rei da Síria, que enviou uma carta para o rei de Israel juntamente com dez talentos de prata, seis mil sisclos de ouro e dez vestes festivais, a fim de buscar a cura da lepra para Naamã. Ao ler a carta o rei de Israel ficou revoltado, chegando a rasgar suas vestes: "Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra?" (2Reis 5.7). Tal ira foi fruto da crença de que o rei da Síria estava criando um pretexto para atacá-lo. Quando Eliseu, o profeta, homem de Deus, ouviu que o rei rasgara suas vestes, pediu para Naamã ir conversar com ele para resolver: "Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel"(2Reis 5.8). Naamã foi até a casa de Eliseu que mandou um mensageiro recebê-lo e dizer à ele para se lavar sete vezes no Jordão, a fim de ter sua carne restaurada. Naamã ficou indignado por não ter sido recebido pelo próprio Eliseu e disse: "Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso" (2Reis 5.11). Naamã ainda questiona se não poderia se lavar nos rios Abana e Farfar, com águas melhores que as de Israel e ter ainda assim seu corpo purificado. Nesse instante, alguns oficiais de Naamã se aproximam dele e dizem:
"Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: lava-te e ficarás limpo.
Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante com a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo" (2 Reis 5.13-14).

Como podemos refletir nesse texto? Quais ensinamentos ele nos deixa?

Quando acreditamos, mesmo nas pequenas coisas, com fé, somos curados.
Naamã teve que passar por um processo de humilhação, ter o orgulho dele ferido. Era uma tarefa simples, mas pra ele era difícil pois ele precisava do orgulho dele curado. Não devemos nos achar muito importantes, já que todos somos iguais perante a Deus.

O texto começa descrevendo Naamã, uma pessoa importante. Porém, quem desencadeia todo o processo é uma escrava, uma menina que testemunhou daquilo que ela via. Ela não se calou. Se percebemos alguém com um problema não deveríamos fazer a mesma coisa?A igreja somos nós, e por isso não devemos ter problema em falar de Deus ou dar um testemunho. Quantas vezes nos calamos e perdemos a oportunidade??
A menina não tinha resposta, assim como Eliseu não tinha resposta. A resposta veio de Deus. Eliseu não foi encontrar Naamã para que ele não achasse que a resposta havia sido ele. As confusões na igreja se dão muitas vezes por isso: as pessoas confiam suas respostas em pessoas representativas da igreja, mas na verdade todas as respostas estão em Deus. Para resolver os seus problemas você deve se quebrantar em Deus, mudar diante de Deus.

A doença de Naamã mostrava para ele quem realmente ele era: uma pessoa que precisava de ajuda, de socorro. A maior indignação dele foi que Eliseu nem foi vê-lo. Ele estava indo embora quando os servos dele o chamaram a atenção, pedindo que ele considerasse, percebesse que o pedido não era nada demais. Ele então mergulhou em obediência à Deus. TODOS NÓS PASSAMOS POR PROBLEMAS, mas algumas pessoas não se submetem à Deus. Entra dia sai dia, passa ano sai ano, são os mesmos problemas. Problemas na nossa vida sempre vão ter, ele são apenas trocados. Porém termos as mesmas demandas, as mesmas crises, as mesmas carências é falta de entender o que precisamos resolver em nossa vida. Discutir questões diferentes demonstra amadurecimento, transformação, mudança. O único caminho para Naamã ser curado foi submeter à essa palavra. Na sequencia do texto, após ser curado, Naamã volta, quebrantado, levando presentes para Eliseu - que não os aceita, até para ele entender que as coisas não são pagas.

Deus nao quer que O agrademos com presentes, Deus quer que O agrademos com transformação em nossas vidas. Deus não quer saber do seu agrado. Não pagamos promessa. Tudo o que fazemos é com sentimento de gratidão porque já recebemos e não porque temos uma divida. Deus não quer isso por que Ele nos abençoou, nos curou. Ele quer o nosso coração, mudança, uma vida digna, as lagrimas, o choro.

E quando o pastor é tratado como Deus? O pastor e a ovelha estão errados, não entenderam nada. Temos que tratar qualquer um com respeito, dignidade, honra. As reuniões de estudo são para libertar as pessoas, forçá-las a pensar e não as escravizar. Se a confiança e o temor for no pastor as pessoas viverão uma opressão.
Temos que julgar as profecias, as ações e não as pessoas. O procedimento pode ser julgado, não a pessoa. Tratamos da ação, não duvidamos da pessoa. Nunca levantamos dúvida quanto ao caráter. Quando alguém pisa na bola com a gente não abrimos mão de sua amizade, mas repreendemos sua ação.

Importante lembrarmos que independente de nossa posição, classe social ou lugar em que ocupamos, podemos estar doentes. A doença vem para todos. A lepra hoje é fácil de curar. Antigamente quem tinha lepra era excluído, era expulso da cidade. Hoje a lepra do mundo é o orgulho, a arrogância, a presunção. Aí vamos encontrar com Deus para sermos curados.
Porém temos um pequeno discernimento da nossa doença, e queremos ensinar Deus a como nos tratar. Ficamos num embate com Deus, tentando mostrar a ele como nos curar, por que NÓS sabemos os nossos problemas, NÓS sabemos onde o cinto aperta. Dizemos para Deus: "tudo bem, eu sei, mas você não sabe o que eu passei". Queremos passar um sentimento de dó, compaixão. Só há uma forma de sermos curados de nossos problemas e dificuldades: é nos submetermos a Deus.
Ninguém trata nossas inseguranças. Na verdade ninguém dá conta de alimentar o nosso ego. Devemos buscar em nós a cura em Deus. Grande parte dos problemas que transferimos para o outro a resposta está em nós mesmos. Não existe mudança a partir do outro, só existe mudança a partir de mim primeiro. Se eu não mudar eu não consigo promover mudança no outro.
O convite que fazemos com essa leitura desse texto é a reflexão: Em quais campos de sua vida você se vê passando por dificuldades? Você já submeteu essas questões à Deus?

Aprendendo a domar nossa mente (Sl 43)



"Por que estás abatida,ó minha alma?
Por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei,
a ele, meu auxílio e Deus meu"
(Salmo 43.5)



Antes de meditarmos sobre essa palavra não podemos nos esquecer que a bíblia é a palavra de Deus, instrução, luz nos nossos caminhos, lâmpadas nos nossos pés. Aprender a agir de acordo com a palavra nos permite sermos bem sucedidos em nossos propósitos. O salmista que escreveu esse trecho tinha o intuito de ensinar, de mostrar para nós o que deveríamos fazer quando nos encontrarmos abatidos e inquietos. Muitas vezes o segredo de vencermos a ansiedade, a depressão, a angústia (que são sentimentos humanos, pertinentes às pessoas hoje que vivem em sociedade sobre tantos desafios e pressões), é ministrarmos na nossa própria alma. Paulo nesse salmo fala que está abatido, mas não está vencido. Assim, esse salmo é uma instrução, um ensino. É uma prática ministrarmos em nossa própria alma: dar uma ordem pra nós, esperar em Deus, confiar em Deus.

Jesus se retirava ao monte para orar sozinho. Nesses momentos ele não só conversava com o Pai, mas conversava com a alma dele. Devemos também aprendermos a dar ordem à nossa alma. Tudo que falamos, pensamos, proferimos, tem sentido em nossa vida. A boca fala do que está cheio o coração. Quando o coração está cheio de amargura e ficamos nervosos, podemos até esconder, mas no momento da pressão revelamos o que somos e o que sentimos. Quando verbalizamos algo é por que estamos sentindo, cremos naquilo. Por isso Jesus é o verbo vivo, a ação, a palavra encarnada. Por isso Deus dá muita ênfase na palavra. Toda palavra de Deus tem muita força, se concretiza. "Disse Deus: Haja luz, e houve luz" (Gn1.3). Deus fala aquilo que Ele crê.
E você? Você pondera o que fala, luta contra os seus próprios sentimentos? Lembre-se que a partir do momento que falamos algo a palavra não volta e a única forma de consertamos é pedindo perdão. Por isso devemos ser tardios em falar e prontos para ouvir, nos conter, ponderar, ouvir uma ofensa e nos calarmos.