terça-feira, 27 de julho de 2010

Pelo fato de sermos perdoados também conseguimos perdoar


Quem nunca foi ofendido na vida? Quem nunca passou pelo constrangimento da ofensa, da mágoa, do ressentimento? Temos que entender o que Deus nos dá como orientação e o que Ele nos dá como mandamento. A questão do perdão não é uma questão de sentimento. Eu não sinto vontade de perdoar, isso é um grande equívoco na vida das pessoas. Dizer “Ah, vou esperar... o tempo talvez vai fazer eu sentir algo, talvez me dê vontade de perdoar”. O perdão é uma decisão a ser tomada. Você discerne e toma a decisão, sem sentir. Pelo fato de sermos perdoados também conseguimos perdoar, assim como dito na oração que Jesus nos ensinou a fazer (“Pai nosso que estás no céu...perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...”). Foi o próprio Jesus que disse que se não aprendermos a perdoar, Deus também não nos perdoará. Para perdoarmos é preciso vencer a barreira do orgulho, do direito, da ferida, da mágoa, do ressentimento. Ninguém está questionando o mal que foi produzido em nós, pois cada um sabe a sua dor. Não questionamos se a dor do outro é maior ou menor. Escutamos muitas vezes “mas você não sabe, você não está na minha pele, você não sabe o que eu sofri”. Só conseguimos perdoar à medida que compreendemos o quanto fomos perdoados.

O ato de perdoar não é simplesmente negligenciar o que está sendo feito conosco, pois esta é uma linha muito tênue com a indiferença. Muitas vezes as pessoas te falam alguma coisa, e para você não se sentir ofendido você se fecha, se bloqueia, e corre o risco de ficar insensível e frio. Temos que nos sentir ofendidos, sentir a dor, ficar triste, mas não com as pessoas, mas pelas pessoas. Temos tristeza pela pessoa e não com a pessoa. E assim exercemos o perdão, a misericórdia. Devemos abrir o nosso coração até a ofensa da misericórdia.
Jesus trouxe a realidade de um contexto totalmente diferente do que o ser humano já havia experimentado. Antes de Jesus, vivíamos sobre a lei: olho por olho, dente por dente. Se alguém te feriu, que ele seja ferido com a mesma moeda. Se alguém adulterou, que a pessoa fosse apedrejada. A pessoa que errou tinha que ser punida pelo seu erro. Deus estabeleceu a lei. A lei veio de Deus. A lei foi todo um contexto, não apenas os 10 mandamentos. A lei era uma série de coisas para serem praticadas e foi dada por Deus. Então Jesus veio, e disse não ter vindo para destruir a lei, mas para cumpri-la. Jesus veio para trazer uma nova realidade, um novo momento, em que não estaríamos mais debaixo da lei, mas debaixo da graça: “Agora eu vos digo, se alguém te ferir uma face, você vira a outra face”. Esse é um modelo difícil de viver, pois diz respeito à nossa consciência. Por que viver debaixo da lei não diz respeito à consciência: fazemos por que está imposto. Por exemplo, o adultério: antigamente era proibido adulterar. As pessoas não adulteravam por que esta era a lei. Na graça o adultério não está na lei, mas Deus diz que isso não é bom para você, então a nossa consciência nos condena. O espírito de Deus nos cutuca, fala que a vida que estamos vivendo não está boa, a consciência condena. Essa pessoa não esta mais embaixo de lei, mas está embaixo do que Deus quer dela.

O contexto que estamos conversando não é o contexto da humanidade, mas é o contexto de quem tem uma consciência transformada. Por isso a pessoa tem que se converter a Cristo. Isso não é para o mundo lá fora, mas é para que a gente venha a ensinar as pessoas que amamos, que estão ao nosso lado, para que elas tenham uma vida digna.

Rm8 1- 6 “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Por que a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado, para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz”.

As pessoas clamam por isso, as pessoas estão morrendo, estão debaixo de jugo, estão indo para o inferno da alma. As pessoas estão precisando de livramento. Por isso precisamos oferecer essa transformação. Por isso Jesus disse: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. A única forma da pessoa ser transformada é sendo liberta, liberta por Jesus.
Uma vez foi difícil lidar com uma menina da igreja por que ela descobriu que o pai dela chifrara a mãe, e ela nunca conseguiu perdoar o pai. Aquela situação a estava matando. Ela dizia que não perdoava o mal que o pai havia feito à mãe. Por que alimentar tanto ódio em favor disso? O pai errou, e ninguém questiona o erro. Mas naquilo que ele errou qual a única forma de apresentar pra ele uma condição digna? PERDOANDO. A única forma dele se arrepender do mal que ele fez e está fazendo é oferecer perdão. Essa menina era tão falha quanto o pai dela, ou até pior. A atitude de não perdoar o pai era o mesmo mal diante de Deus do que o mal que o pai estava fazendo contra a mãe dela. Ás vezes até pior, por que o pai poderia estar fazendo isso de maneira inconsciente, de forma que ela fazia conscientemente. Independente de ela perdoar ou não, esse homem irá sofrer pelo mal que ele fez. No que cabe a nós, temos que exercer esse perdão.
Lucas 6: 27-40
31: “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”

Tudo que você deseja que as pessoas façam com você, façam com elas. Muitas vezes gritamos com as pessoas, mas não gostamos que elas gritem conosco. Se eu não gosto que ninguém minta, roube, chifre, não faca isso também. Parece que só nós podemos fazer as coisas, mas não podemos aceitar essas coisas. O principio da mágoa está aí.
Quando lidamos com relações interpessoais lidamos com créditos e débitos. Gostamos de alguém por que ele mais me agrada, credita, do que ele me debita. Isso é tanto uma verdade que quando ficamos tensos na relação, temos uma tendência a jogar na cara do outro o tanto que fizemos, vomitamos tudo o que fizemos pela pessoa. Apresentamos todos os créditos que conseguimos.
Deveríamos nos relacionar com as pessoas sem nenhuma perspectiva de interesse, mas não é o que fazemos. Convivemos com as pessoas das quais gostamos, não convivemos com aquele chato, aquele inoportuno, aquele inconveniente. A bíblia diz que deveríamos nos relacionar com esses, que são com esses que deveríamos exercer o nosso amor, a nossa graça, o nosso companheirismo, no intuito de mudá-los. Vivemos bem um com o outro até o momento que ele não nos desagrade. À medida que ele compromete a nossa relação de interesse, dizemos que não dará mais certo. Sendo que o dar certo não depende da pessoa, mas depende de um princípio: se eu for capaz de dar a vida pelo outro, não tem como dar errado.
Aquilo fique falamos que não está dando certo é por que está comprometendo o nosso próprio interesse. Viver esse evangelho é dar a vida por quem nos perturba. Qual o segredo de amar quem nos ama? Você tem que amar aquele que te prejudica.
Tem pessoas que não tem relações estáveis, não tem raízes, por isso, cada vez mais as relações vão ficando superficiais: por que as pessoas não querem dar, não querem aperfeiçoar mais. Isso diz respeito ao egoísmo. As pessoas optam por viver sozinhas, por ter uma relação rasa, por que ela não quer dar a vida, não quer alguém que a entristeça.
Jesus deu a vida por nós, ninguém a tomou. Achamos que os romanos mataram Jesus, que o povo O prendeu e O pregou na cruz. Jesus se entregou. Quando os soldados perguntaram quem era Jesus, ele disse: “Sou eu”. Se ele não quisesse se entregar ele não se entregaria. O diabo não queria que Jesus morresse, por isso quando Pedro diz que não vai deixar Jesus ir pra a cruz, ele diz: “Se afasta de mim satanás”. Por que seria a única forma de nos libertar.
Geralmente as pessoas usam do subterfúgio do tempo, pois não querem resolver, querem colocar uma pedra em cima, não tocar mais no assunto. Assim, você vai eliminando as pessoas, elas buscam se afastar disso e procurar algo que as agrade.
Você nunca justifica suas explosões. Você deve ter domínio próprio. Aquele que, ainda que esteja nervoso, consiga superar seu nervosismo que é da carne, e não devolver com a mesma moeda. Efésios 4:31: “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”.


A questão do homem e da mulher existe uma diferenciação. O home é objetivo, pragmático, o homem dá conta de fazer uma coisa. A mulher é sentimento, coração, dá conta de fazer várias coisas ao mesmo tempo. As mulheres, sabendo disso, não podem colocar pressão. Por isso a bíblia diz que o home é o cabeça, é o da visão, o homem medita na visão, no objetivo. A mulher realiza. Por isso Deus criou a mulher, para ser ajudadora do homem, naquilo que era deficiência do homem.
O homem lida com mais naturalidade com o perdão, resolve rápido. Com a mulher, tudo é guardado no coração. A mulher é da mágoa, do ressentimento. A dificuldade da mulher de perdoar é muito maior que a do homem. Porque a mulher tem mais facilidade de errar em suas ponderações? Por que elas se precipitam pelos sentimentos. Sempre dizemos que devemos escutar nossas mulheres, mas ouvir a Deus. Deus condenou, por que os homens ouviam suas mulheres, que tem uma tendência a errar mais por conta do sentimento.

Hebreus 12

Uma raiz de amargura, por menor que seja, ao brotar em nosso coração nos perturba e nos contamina. Não tem nada pior do que um ser humano amargurado com o outro, pois isso contamina, vira uma enfermidade, reverbera no físico.
Converter é não ficar lutando com Deus. Muitas vezes Deus fala em nosso coração e ficamos lutando com isso. Você não tem que estar preparado pra perdoar, perdoar é uma atitude.
As pessoas ficam ressentidas, magoadas, morrem. Em velórios muitas vezes as pessoas cochicham para pedir perdão. Não adianta mais. Aprendemos a resolver as coisas enquanto é tempo. Nos cura pedir perdão para as pessoas. Na perspectiva que amadurecemos em Cristo não nos magoamos mais.
A outra pessoa cabe à Deus. Por isso, não julgue, deixe Deus tratar com ele. No que depender de você, você faça bem a todos. Se você pediu perdão e a outra pessoa não o deu a você, você cumpriu o seu papel.
Só nos decepcionamos com as expectativas que criamos nas pessoas, não nos decepcionamos com ninguém, mas sim com as nossas expectativas criadas. Cristo nunca se decepcionou com ninguém por que ele conhecia as pessoas, sabia de suas limitações. Quando Jesus estava na cruz ele não se ofendeu com as pessoas porque ele não tinha expectativas, e ainda disse: “Pai, perdoa-lhe, por que ele não sabe o que está fazendo”.
Deveríamos fazer isso, mas não, nós tomamos a ofensa. Não consideramos que as pessoas um dia falharão conosco e que, quando elas falharem, teremos a oportunidade de corrigir, de amar, de ensinar. Um dia eu falharei com vocês, e quando eu falhar, vocês terão que estar ao meu lado, como amigos, para me ajudar. Porque se vocês não me ajudarem, quem irá me ajudar? Iremos morrer juntos. Não podemos abrir mão da nossa amizade, da nossa vida. Temos diferenças, mas não abrimos mão um do outro. Ou confiamos e acreditamos em nossa amizade ou viveremos sempre em desconfiança.

Uma mulher nos procurou, dizendo que foram falar para ela que o marido a estava chifrando. O que fazer em uma situação dessa? Eu disse: Pergunte para o seu marido.
Temos que crer nas pessoas, nas palavras. Sabe por que Deus irá nos condenar? Pela palavra. Deus irá nos julgar por tudo o que a gente diz, até pelas palavras frívolas, por que Deus leva a sério aquilo que a gente diz, ele dá credito no que falamos. A melhor forma de descobrir um mentiroso é acreditando na mentira dele. Tudo que é feito as escondidas um dia chegará a ser revelado. Um dia, aqui ou na eternidade, vai ser revelado. Se não tiver a oportunidade de revelar agora, será revelado com Deus.
Se alguém vier trazer alguma acusação contra você, ou se você trouxer algum tipo de acusação, você tem que provar. Sair do âmbito da fofoca e buscar ajudar a pessoa. Muitas vezes as pessoas querem trazer a mágoa, o ressentimento, mas não querem tratar, não querem ver cura. Ficam só fofocando. O nosso credito é a pessoa que a gente conhece, e não a outra. A nossa honra é com quem conhecemos. Com o tempo, a pessoa não consegue se esconder, por que as coisas vão sendo reveladas. Pela boca de duas pessoas uma verdade é estabelecida.

Palavra ministrada pelo Pastor Gilberto na Célula do dia 13-07-10

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