terça-feira, 18 de maio de 2010

Os fins justificam os meios ou os meios justificam os fins? (Refletindo em Gn.4)


Você acha, no seu coração, que os fins justificam os meios ou que, na verdade, precisamos viver os meios para que justifiquemos os fins?

À luz da palavra de Deus, não são os fins que justificam os meios, pois isso significaria que para eu obter um determinado fim eu poderia fazer qualquer coisa. Por exemplo: eu quero ser rico. O fim é ser rico. Para eu ser rico os meios justificam onde eu quero chegar (o que pode ser matando, assaltando ou trabalhando).
Porém, a bíblia ensina que nós vivemos uma vida de processos, e é diante dos processos que vamos viver e colher o fim. Dessa forma são os nossos "meios" que justificarão os nossos "fins".

Em Gênesis 4 é relatada a história de Caim e Abel. Adão teve relações com Eva, ela teve o primeiro filho Caim e o segundo Abel. Todos dois produziram, trabalharam, deram duro, os dois levaram oferta à Deus. Uma o Senhor quis, outra não: "Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta" (Gn.4:3-4).
Apesar da ação de ofertar ser a mesma, Caim a realiza de forma diferente à Abel, que oferece o que tem de melhor ao Senhor.
Na nossa vida, o que é mais importante: O que damos conta de produzir (o fruto) - que se traduz no que construímos, no que vemos como resultado (seja um prédio, uma oferta, um patrimônio, um filho) - OU a motivação com que fazemos as coisas? Deus vai olhar no fim o que você produziu ou vai olhar para sua motivação?
Podemos dar uma flor para a esposa (ação final), mas por que você deu? Por que você acabou de traí-la ou por que você pensou nela a tarde inteira e a ama de tal forma que quis agradá-la?? O fruto, o resultado é o mesmo. O que muda é a motivação de sua ação.

Ainda que, contudo, Deus nao aceitou a oferta de Caim Ele deu uma oportunidade para Caim. Dessa forma, tiramos como lição que Deus sempre dá uma chance para a pessoa que erra.
Quando Deus não se agradou da oferta de Caim e este descaiu, Deus disse: "Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? SE PROCEDERES BEM, não é CERTO que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à tua porta, o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (6-7). Deus fala aqui a respeito da mudança. Deus quer que meditemos acerca de nossa própria vida: "Caim, medite! Estou te dando uma oportunidade!". Deus disse que Caim seria cobrado, seria alvo de retaliação, mas o avisou a tomar cuidado.
O que podemos melhorar em nossas vidas?? O que podemos aprimorar, crescer, amadurecer?? Devemos refletir acerca da necessidade de mudança sempre contando com a misericórdia de Deus. Após o Senhor dar à Caim a oportunidade de mudar, Ele oferece a ele uma segunda chance, perguntando acerca do seu irmão. O Senhor oferece a ele a oportunidade de se arrepender. Dessa maneira, Deus nos oferece oportunidade de lutarmos contra o nosso pecado, contra a inveja, a comparação. Oportunidade de confessarmos o erro quando fracassamos.
Assim, quando Deus chega pra Caim, Ele já sabia que Abel estava morto, mas "Disse o Senhor a Caim: onde está Abel, teu irmão?Ele respondeu? Não sei, acaso, sou eu tutor de meu irmão?" (Gn. 4:9) . Antigamente, se você ler o Antigo Testamento, perceberá que os primogênitos tinham a responsabilidade, eram a referência de autoridade depois do pai, de equidade e de justiça.

É importante oferecermos ofertas à Deus? Qual a diferença entre oferecermos ofertas que agradam das que não agradam? A resposta está na MOTIVAÇÃO COM QUE LEVAMOS NOSSAS OFERTAS AO ALTAR. Os apelos que ouvimos são muito contundentes na questão da troca. Ao ouvirmos a frase: "Presta atenção, você só vai colher o que voce plantar", temos a impressão que isso é uma imposição, uma coação, um jugo. Na verdade o que a pessoa está falando não está errado, mas se a motivação for oprimir, colocar medo, está errado. A questão da motivação é uma linha muito fina: A bíblia diz que podemos dar uma fortuna para os pobres e ainda assim isso será lixo para Deus, se a motivação for errada. Podemos dar a vida pelo outro, mas se a motivação não for por amor, isso terá sido em vão.
Vivemos nossa vida tentando mostrar, produzir, nos afirmar, por meio daquilo que damos conta de fazer. Mas Deus diz: Ouve a minha voz, e você será bem sucedido! Deus pede para obedecermos. Não é só o ato de fazer, é fazermos compreendendo. Nao adianta nada fazermos um carinho se não compreendermos que o carinho é fruto da graça. Devemos ter cuidado com as nossas motivações.

Uma última questão acerca do estudo de hoje: Por que Deus que permitiu que Abel morrese e Caim sobrevivesse?
Abel foi agraciado, morrendo para a vida carnal e nascendo para a espiritual. Deus usa nossas vidas como instrumento em suas mãos para fazer o que lhe apraz. O que significa, para nós,dar valor à vida? Ainda somos presos aos valores terrenos e precisamos entender que existem coisas em relação à eternidade que não conseguiremos entender com a nossa mentalidade, pois transcende nossos pensamentos, nosso coração. Questões como sentimento, justiça, são inexplicáveis para nós, sem resposta, pois avaliamos as coisas pela perspectiva fisica. O fato de viver muito, ter uma esposa ao lado, não quer dizer que a vida é abençoada. Existem pessoas que vivem em um palácio e mesmo assim vivem num martírio.

Em quais aspectos de sua vida suas motivações devem ser corrigidas? Pensarmos acerca de nossas motivações é o que tornará nossas ações conectadas ao Reino de Deus. Que todos tenham uma ótima semana.
Palavra ministrada por Gilberto Marquez - Igreja Sal da Terra Vigilato - Uberlândia/MG